domingo, 12 de maio de 2013

A EMBARCAÇÃO






 
Fustigada foi a embarcação. Assolada por muito tempo pela insanidade e maldade alheias...
 
Mas encontrava bom porto, nos braços do seu amado, crendo e aceitando cada palavra proferida ...
 
Apesar de combalida e frágil, a embarcação seguia firme, rumo ao porto almejado, pois sentia e ouvia que “tudo seria bom do outro lado” da baía...
 
Chuvas caíram, promessas foram feitas e o sol quase passava despercebido diante do cinza daquele horizonte de nuvens carregadas...
 
O capitão permanecia alerta, mas confuso, diante de tantos ataques eólicos. O barquinho seguia obediente, sob a “batuta” de seu querido mestre...
 
No entanto, algo saiu errado: as doces palavras tornaram-se estéreis. 
 
As promessas de bom porto, perderam-se  sob os nomes femininos dos “furacões” que assolavam e reviravam o mar...
 
E o barquinho? Coitado! Teve até seu nome olvidado; o torvelinho que cercava tudo, fez o barco colidir no iceberg do “eu vou dar um tempo com tudo”... 
 
O som metálico de uma conversa interrompida e o silêncio sepulcral que se seguiu levaram o pobre barquinho a pique, sem direito a choro ou argumento: apenas nuvens negras se espessando sobre ele; e o sol sendo eclipsado para o frio e o esquecimento, eternos.
 
 
 
 

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